24/01/11

Coisas

Más:

Tentei salvar uma salamandra, mas ela morreu. Tadita, tinha as entranhas esmagadas.

Ando cansado

Faltam-me pessoas (tenho que vos ir visitar Catauina e Letinha ^^)

Falta-me tempo

Desperdiço tempo

A s'tora de química e os meus nervos não se dão muito bem

A s'tora que me dá francês andou a gritar com a minha colega, a dizer-lhe que tem falta de auto-estima, e para ser confiante. É claro que ter uma pessoa aos gritos connosco deve ser mesmo bom para a confiança...

Não encontro quem me dê aulas de saxofone


Boas:

Ando a escrever umas coisitas (para além dos updates do blog)

Descobri umas musicas muito boas

Os escuteirinhos (mesmo assim já foram melhores)

Eu

A turma da escola não é má

O grupo de AP até é simpático

Estou sem problemas de sono

Estou quase a acabar os óculos

Vou à viagem de finalistas

Tenho mais coisas boas do que más.


Péssimas:

Não faço a mínima ideia do que quero fazer da vida

Ando p'raqui a desabafar pr'o blog. O.O devo estar a ficar doente, ou não sei. Uma pessoa, que passe por aqui enganada, ainda fica a pensar que eu tenho sentimentos ou coisa do género, ou que este blog tem coisas que valham a pena cuscar. É melhor fazer um post estúpido entretanto.


Na continuação do que foi dito anteriormente, aviso que o próximo post vai ter fotografias. Temam.

19/01/11

Jantar.1

Surpreendentemente, a laranja não se deu bem com as natas, e acordei esta manhã com se tivesse uma pedra no estômago --'

Por outro lado, o teste até correu bem, por isso não há problema.

18/01/11

Jantar

Sempre que tenho um teste no dia seguinte, faço questão de ter um jantar especialmente saboroso, preparado por mim. É claro que muita gente discorda da minha definição de "saboroso", até eu mesmo algumas vezes. Mas este até ficou bom, por isso vou deixar aqui a receita. É para uma pessoa, mas os cogumelos chegam para duas.

Ingredientes:
1 Banana
1 Laranja
1 Lata pequena de cogumelos(champignon)
4 Batatas (mais ou menos, dependendo que quantas se consegue comer)
2 colheres de sobremesa de quejo da serra (ou outro queijo de colher mais suave)
Cerveja
Natas
Pimenta
Oregons
Sal


Descascam-se as batatas, cortam-se às rodelas e põem-se a fritar.

Numa frigideira aquece-se um pouco de óleo (mesmo pouco, para os cogumelos não ficarem todos oleosos), e despejam-se os cogumelos lá para dentro. Tempera-se com pimenta, oregons e sal a gosto (atenção - uma lata de cogumelos é uma quantidade pequena, por isso cuidado para não os salgar). Deixa-se fritar um pouco. Adiciona-se cerveja suficiente para quase cobrir os cogumelos, e deixa-se em lume brando (ou médio se se estiver sem paciência)até quase toda a cerveja evaporar. Corta-se aproximadamente 1/4 de uma banana média, corta-se a banana duas vezes longitudinalmente, e mais duas vezes transversalmente, para se obterem 12 pedaços mais pequenos. Juntam-se os pedaços de banana aos cogumelos, e meio pacote de natas (eu usei um pacote inteiro, mas meio deve chegar). Deixa-se em lume brando, até as natas ficarem espessas. A banana vai dar um sabor adocicado ao molho e aos cogumelos. Quanto mais tempo tiverem os cogumelos ao lume depois deste passo, mais doces vão ficar, por isso vão provando o molho, e apaguem quando acharem que está bom. Da primeira que me meti a inventar deixei o molho a apurar muito tempo e os cogumelos ficaram tão doces que estavam praticamente intragáveis.

Enquanto o molho apura, descasca-se a laranja e corta-se às rodelas (espessura aproximada de um dedo). Depois, divide-se os gomos das rodelas, que dá mais jeito para comer.

No final quando estiver tudo pronto, servir num prato, com duas colheres do queijo.

Eu aconselho a comer os diversos ingredientes por esta ordem: laranja, cogumelos, batatas, queijo. Os sabores assim complementam-se.

Sugestões:

Pode adicionar-se às batatas alecrim na fritura, para dar um sabor diferente às batatas.

11/01/11

Uma reflexão filosófica muito profunda

As máscaras.

Se notarem bem, dependendo das companhias as pessoas tendem a mudar - é normal, as pressões sociais mudam, as pessoas ajustam-se a essa mudança. Para cada grupo põem uma máscara diferente, deixando apenas à vista parte de si, uma parte que se adapte ao meio, que não seja destoante. Fazem-no para se sentirem protegidas, para serem aceites, por uma quantidade de razões. E as máscaras servem esse propósito. Graças a elas somos aceites, conhecemos pessoas, e a nossa essência é protegida do cruel mundo que nos rodeia.

Mas a máscara apenas deixa passar uma fracção de nós. Por trás dela está uma pessoa completa, um ser muito maior do que a máscara deixa antever. Quando se chega a um local novo, levamos quase sempre posta uma máscara grossa, que nos permita avaliar, sem nos expormos em demasia. Depois, à medida que ganhamos confiança a ela vai descaindo, vão-se soltando fragmentos, e expomos uma parte cada vez maior da nossa essência ao mundo, com esperança que essa parte seja aceite, para que possamos largar a máscara e passar a sermos nós mesmos. Mas isso nem sempre acontece, por isso voltamos a pegar naquele bocadinho e a cola-lo, e não se fala mais no assunto. A cobertura não é completa, claro. Mas ao menos aquele ponto fraco está escondido e não é ostensivamente exibido.

Adaptamos-nos, vê-mos o que podemos deixar à mostra, e o que tem que permanecer escondido. Deixamos partes de nós passar, e mantemos outras fechadas cá dentro. Por vezes o medo impede-nos de expor mais um bocadinho, que talvez até fosse aceite, mas o receio da exclusão obriga essa parte a manter-se atrás da mascara.

E é o medo que pode transformar a máscara em algo monstruoso. Quando o medo da rejeição começa a falar mais alto, a máscara torna-se possessiva, começa a sussurrar-nos ao ouvido, a diz-nos para não fazermos, para não dizermos, para não sermos. E ai começa o descalabro. Começamos a tomar atitudes que não são nossas, a deixar-mo-nos ir com a corrente, e tudo isto porque por causa do medo agora é a máscara que nos usa, e não o contrário. E quando todos somos máscaras, todos somos iguais, seguimos na corrente, sem originalidade, sem pensamentos próprios, formando uma massa anónima.

Deixamos de ser únicos para sermos apenas mais um.

E com isto, o ser que está atrás da máscara encolhe-se, apaga-se, e começa a morrer. Quando nos escondemos e nunca nos deixamos respirar e vir à superfície, quando nos abafamos constantemente por de trás de uma máscara opressiva, vamos morrendo aos pouco. É vital que isso não aconteça, que nos mantenhamos mais fortes do que a máscara, que a usemos, como um utensílio útil, sim, mas como algo te tem eventualmente de ser descartado. Quantas vezes no seio de um grupo nos sentimos sozinhos, sem ninguém com que nos identifiquemos, e no entanto continuamos lá, apenas por comodismo? Por vezes não temos escolha; uma turma, uma equipa, uma casa. E, como não nos identificamos apenas mostramos a nossa máscara ao grupo, não mostramos o nosso eu. E se estamos escondidos, como podemos esperar que os outros nos vejam? O que nos garante que o meu próximo lá no fundo não é igual a mim, que temos mais em comum do que pensamos, e que apenas por usar-mos uma máscara não o sabemos? Quantas vezes acontece, conhecemos uma pessoa à anos, e de repente descobrimos que ela até gosta de, sei lá, ir à praia de inverno ver o mar revoltoso, como nós, e apenas por estarmos escondidos acobardados por detrás de um rosto que não é o nosso descobrimos isso mais cedo? Que como essa partilhamos tantas outras coisas, que podiam ter dado numa grande amizade, ou pelo menos em algo mais do que o bom dia/boa tarde que a educação exige?

E é ai que a amizade entra. Quando descobrimos pontos em comum, ou mesmo uma personalidade que nos agrada, vamos deixando cair a máscara, bocados cada vez maiores, libertando-nos do seu sufoco e do seu peso. Um amigo é alguém que nos aceita, que nos deixa ser quem nós somos, que nos faz sentir que não estamos sós no mundo. É alguém que podemos contar, que sabemos que está lá para o que der e vier. Mas para se chegar até ai tem que se fazer um esforço, tem que se deixar cair a máscara, temos que nos expor. A amizade floresce entre pessoas, não entre máscaras, e é por isso que apenas quando pomos estas de lado conseguimos alcançar o próximo, e formar laços com ele.

E isto já está enorme, e já não é cedo. Talvez um dia escreva o resto deste texto. Que raio de coisa mais deprimente --'. Bah, e uma gota de pervismo, fetiches há muitos, e o das máscaras nem sequer é especialmente original.

Céus, que isto está mesmo pelas ruas da amargura, nem a perversidade me salva.