19/02/11

escuteirisses, o imaginário vencedor (o meu^^)

O texto que vai servir de imaginário para a minha próxima actividade de escuteiros. Com agradecimentos para à Leto e à Kath pela correcção do português:


“Caminhos da vida”
Como pioneiros, estamos numa altura em que começamos a seguir o nosso próprio rumo. Para trás deixamos a infância, e olhamos de frente para as responsabilidades que a idade adulta nos vai trazer. É agora que começamos a definir o nosso caminho e a pessoa que vamos ser no futuro.

Até agora tudo era fácil. Em casa, os nossos pais tomavam conta de nós. Na escola, não tínhamos de fazer escolhas. No escutismo, os chefes preparavam-nos as actividades. No entanto, em casa já queremos tomar conta de nós mesmos. Na escola escolhemos a área que vai determinar o nosso futuro, ou começamos já a pensar no curso que vamos seguir. Nos escuteiros temos as actividades dependentes apenas daquilo que fizermos. Começamos a ter percepção dos obstáculos que nos esperam na vida. No entanto, relegamos tudo isso para segundo plano, porque apenas temos de nos preocupar em crescer.

Durante a nossa infância, o caminho foi-nos mostrado. Os nossos pais guiavam-nos, e apenas tínhamos de os seguir. Foi durante a infância que aprendemos uma imensidão de coisas que nos vão ser úteis no futuro. Ler, escrever, falar, andar, criar laços, etc. A nossa infância foi a parte mais fácil e despreocupada do caminho. Ela traz-nos recordações de um tempo sem responsabilidades, em que se aprendia pelo prazer de aprender, e se vivia pelo prazer de viver.

Mas todas as coisas boas têm um fim. E o fim da infância chama-se adolescência. Nesta fase turbulenta da nossa vida começamos a lutar pela nossa autonomia, a tentar seguir o nosso próprio caminho. Não é fácil; é um período conturbado, no qual tão depressa somos inundados de certezas como de dúvidas. Contudo toda esta confusão força-nos a crescer, a aprender a tomar conta de nós mesmo. É também nesta altura que se forjam grandes amizades, que nos ligamos a pessoas com as quais sabemos que vamos poder contar com a vida inteira. É na adolescência que damos os primeiros passos para a idade adulta, sem no entanto deixarmos de ser crianças. É por isso que se considera a adolescência uma ponte, um elo de ligação, que nos vai transportar da nossa infância para a idade adulta. É uma ponte instável, da qual muitas vezes sentimos que vamos cair. No entanto, com perseverança e com o auxílio dos outros, é possível chegar ao outro lado em segurança.

Passando a ponte da adolescência, chegamos à idade adulta. É uma época cheia de responsabilidades. Para trás foi deixado definitivamente o apoio dos nossos pais e estamos realmente dependentes de nós mesmos. O caminho é agora mais difícil, com mais obstáculos e, no entanto, é também muito mais excitante e cheio de possibilidades. É uma altura em que estamos muito mais à deriva, e por isso temos que confiar em tudo o que aprendemos e vivemos até agora. Quando nos tornamos adultos, provamos o que valemos, o que realmente somos. Podemos ser como todos os outros, que por se afundar, que vivem sem rumo, sem um objectivo, sem um sonho que os guie. Pessoas cuja paixão pela vida foi apagada pelo peso da responsabilidades com que de repente se deparam. Mas, se tivermos sido bem preparados, se formos perseverantes, trabalhadores e ambiciosos na medida certa, podemos chegar onde quer que queiramos ir, e aí vamos obter a nossa recompensa.

Por fim a recompensa. É quando alcançamos os nossos sonhos e nos sentimos completos e satisfeitos connosco. É quando nos sentamos, depois de inúmeros obstáculos ultrapassados, e apreciamos o que a vida tem para nos dar. Pode ser uma relação, um emprego de sucesso, ou uma casa acolhedora. Não interessa o objecto em si, mas sim o que ele simboliza. A recompensa é aquilo que nos espera no fim do caminho, o motivo pelo qual nos recusamos a baixar os braços, aquilo que nos arrasta para fora da cama todos os dias. É saber que não importa quão longo seja o caminho, algures lá à frente há algo que nos espera, que nos vai fazer olhar para trás e dizer “valeu a pena”.