31/10/08

O post-pos-abertura

Bem, a minha inspiração não atinge os requisitos mínimos, por isso escrever algo sofrível está fora de questão... Como tal, vou mesmo ter que dizer mal de alguma coisa. Eu não queria fazer isto. Mas o Ministério merece:

O ministério de que eu falo (não comecem já a perverter o que eu digo) é o a da educação. Como estudante que sou, tudo o que dá na cabeça daquelas pessoas, tem consequências directas sobre a minha vida.


Começou logo mal, com aquela estapafúrdia ideia (cujo objectivo ainda não percebi muito bem) das aulas de substituição. Durante o meu 5º, 6º e talvez 7º, uma das grandes alegrias da minha vida eram os feriados. Lembro-mos dos momentos de puro delírio quando a Funcionaria vinha com um ar enfadado à porta da sala dizer:

-Meninos, têm feriado, vão para longe da sala sem fazer barulho porque há aulas ao lado.

Imediatamente após a senhora ter dito ''sem fazer barulho'', todos os alunos explodiam: ''Feriado'' e saia-mos a correr disparados em todas as direcções, exultantes de alegria. Ainda hoje por vezes visto-me de preto, de luto por essa alegria, e por todas as crianças que nunca a poderão experimentar.

Após outras peripécias (directores e coisas desse género) houve uma outra epífania de relevo: O novo regime de faltas.

Nos bons tempos do antigamente (se bem que um antigamente não muito antigo), uma pessoa podia faltar as vezes que queria, desde que tivesse uma justificação, por muito fraca que fosse, (doeu-me a barriga, senti-me mal, estou com diarreia, não consegui apanhar o autocarro etc.) não lhe acontecia nada. Apresentava-se a justificação à directora de turma e estava tudo bem.

Agora,se dermos um par de faltas e temos que fazer um teste a ver se sabemos a matéria que nunca chegámos a aprender. O que até podia fazer sentido, se só contasse para o efeito faltas consecutivas. Agora, se se falta a uma aula aqui e a outra acolá, não faz sentido pois faltar a uma aula não faz grande mossa se se tiver com alguma atenção na aula a seguir.


Mas antes disso tudo, houve uma grande, ermmm, grande ''coisa-inqualificável-pois-rebenta-com-a-escala-de-estupidez-existente-na-actualidade'', e isto sem exageros.

A inclusão de aulas de educação física na média.

Essa foi a coisa mais estúpida que já fizeram. Na minha opinião as aulas de Educação fisica nem as aulas de Filosofia deviam contar, pois são disciplinas que não vão ter qualquer utilidade na nossa vida futura, pelo menos na maioria dos casos. Eu por exemplo faço intenções de seguir algo a ver com química, e nesse curso duvido que vá ter que correr para algum lado, ou dar uma cambalhota, ou até fazer o pino.

Como tal, o meu desempenho no futuro não vai ter nada a ver como o meu desempenho a educação física. E alem disto tudo, eu sou preguiçoso, como tal esforçar-me em desporto vai contra os meus princípios (sim, eu tenho princípios). E o que acontece com educação física é o mesmo que acontece com filosofia, a segunda também duvido que vá ter alguma importância no meu futuro.


E para terminar: ITIC

Por causa de algum problema mental das pessoas que mandam, a área curricular de ''ciencias e tecnologias'', deixou de ter uma única disciplina ligada às tecnologias. E as pessoas do meu ano lixaram-se porque alguém decidiu passar a disciplina de ITIC do 9º, 10º e 11º, para o 7º, 8º e 9º, o resultado foi passar a haver gentes como eu que apenas tiveram um ano de ITIC. É claro que houve pessoas que nunca tiveram esta disciplina, no entanto, os tipos do ME podiam ter usado a cabeça de cima para pensar e ter feito as coisas de modo a que não fosse deixado o ensino desta disciplina a meio, nos caso em que foi leccionada. E nem era muito dificil, era manter a disciplina durante dois anos a ser ensinada no 10º e 11º e ficava o problema resolvido. Esta nem é uma ideia particularmente dificil de ter, mas ao que parece é pedir de mais para algumas pessoas.


E houve também os exames de matemática, mas isso nem comento, tal com o caso dos chumbos.


O moral da história: A nossa educação está a cargo de um bando de anormais, que trabalha para a fachada e pensam com a cabeça de baixo (isto os que a têm, no casos das duas ministras que tivemos, essas não pensavam de todo). Como tal avançamos para um pais medíocre, com pessoas mais pró menos inteligentes, em que os burros são levados ao colo e os que têm algo na cabeça em vez de espaço vazio são obrigados a andar ao passo dos outros, perdendo o interesse por aprender, pensar ou trabalhar. É claro que depois há crises, e os que pensam emigram para um local onde não estejam tão empenhados em manter as pessoas burras.